Bitcoin em queda: entenda a desvalorização das criptomoedas

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Com queda mais longa em 8 anos, bitcoin cai para menor valor desde 2021

O bitcoin atingiu seu menor valor em quase 1 ano nesta terça-feira (10). Na parcial do mês, a criptomoeda acumula queda de cerca de 15% e já perdeu mais da metade de seu valor desde que atingiu a marca histórica de US$ 69 mil em novembro do ano passado.

Pela manhã, o bitcoin caiu abaixo de US$ 30 mil, chegando aos US$ 29.764, em seu sexto dia de negócios seguido de baixa. O valor representa uma perda de 57% do valor na comparação com o seu recorde histórico.

Ativos de maior risco em queda

 

A cotação das criptomoedas tem acompanhado a queda de ativos de maior risco, como ações e papéis de empresas de tecnologia.

Os investimentos de maior risco e de renda variável estão sendo afetados pela perspectiva de inflação persistente nos Estados Unidos, o que pressiona o Federal Reserve a aumentar juros de forma mais agressiva.

O Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) elevou a taxa básica de juros para o intervalo entre 0,75% e 1% — na maior alta em 22 anos e a expectativa é que novas elevações serão feitas nos próximos meses.

Juros mais altos nos EUA tornam os investimentos em títulos do tesouro norte-americano (treasuries) mais rentáveis, o que reduz a procura por ativos de maior risco e estimula a migração de capital para ativos considerados mais seguros.

O próprio dólar tem ganhado força frente a outras divisas. E com o fortalecimento da moeda, as criptomoedas também tendem a enfraquecer.

A tendência afeta ainda os títulos das empresas de tecnologia, cujo desempenho foi beneficiado pelas políticas monetárias de juros baixos durante a pandemia. O índice Nasdaq, que reúne empresas do setor, caiu 1,5% na semana passada e perdeu 22% no acumulado do ano.

Criptoativos perdem US$ 800 bi em valor de mercado em 1 mês

 

De acordo com o site de dados CoinMarketCap, os criptoativos perderam quase US$ 800 bilhões em valor de mercado no mês passado. O valor total do mercado de criptomoedas estava em US$ 2,2 trilhões em 2 de abril. Em novembro do ano passado, atingiu o pico histórico de US$ 2,9 trilhões, destaca a agência Reuters.

“O Bitcoin permanece altamente correlacionado a condições econômicas mais amplas, o que sugere que o caminho a seguir pode, infelizmente, ser difícil, pelo menos por enquanto”, avaliou o provedor de dados blockchain Glassnode.

Baixa liquidez e sinais de fraqueza nas stablecoins

 

Em entrevista à agência Reuters, Matt Dibb, diretor de operações da plataforma de criptomoedas Stack Funds, apontou outros fatores para o declínio no fim de semana:

  • baixa liquidez do mercado de criptomoedas
  • sinais de fraqueza em stablecoins (moedas digitais geralmente apoiadas por dinheiro tradicional e outros ativos)

 

A Terra USD (UST), a quarta maior stablecoin do mundo perdeu um terço de seu valor na terça-feira ao perder sua atrelagem ao dólar.

A UST é observada de perto pela comunidade de moedas digitais, tanto por causa da nova maneira pela qual mantém sua indexação ao dólar em 1:1, quanto porque seus criadores estabeleceram planos para montar uma reserva de US$ 10 bilhões em bitcoins para apoiar a stablecoin. Isso significa que a volatilidade na UST poderia potencialmente se espalhar para os mercados de bitcoin.